Abertura dos restaurantes vs delivery

Delivery segue forte mesmo com reabertura de restaurantes

A crise gerada pela pandemia e as quarentenas redesenharam o consumo em todo o mundo. Se antes o delivery era um diferencial, ao longo de 2020 e 2021 passou a ser uma necessidade e até mesmo única opção de modelo de negócio para novos empreendedores.


Agora o cenário é de mais mudanças. Com a imunização da população em andamento e a flexibilização das medidas restritivas, o consumo de alimentos e bebidas fora do lar voltou a crescer.


De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (ABIA), o setor deve fechar o ano com 27% de participação nas vendas totais da indústria de alimentos no mercado interno, equivalente a R$ 173,3 bilhões. O cenário já se mostra superior ao ano passado, que alcançava 23,9% no mesmo período.


Os jovens entre 18 e 29 anos, das classes AB e C, são os responsáveis por esse novo fôlego do segmento. “Essa faixa etária foi a única que contribuiu positivamente para o cenário fora do lar (+0,8%) e suas principais escolhas foram os bares, que representaram 4,2% deste crescimento, e fast food (2,7%)”, diz um trecho da pesquisa Consumer Insights, da Kantar.


Por outro lado, a população com mais de 50 anos e os jovens das classes D e E ainda não voltaram a consumir fora de casa. O trabalho da Kantar destacou, ainda, que 17% dos lares brasileiros contam com ao menos uma pessoa que perdeu o emprego após o início da pandemia. Desse total 80% são lares da classe CDE.


Para o Gerente de Soluções da Kantar, Renan Morais, o consumo fora do lar vai voltar, mas será moderado por fatores como renda e preço, bem como possíveis novos ciclos de quarentena.


Tendências apontadas também pela quarta edição da Pesquisa De Alimentação Na Pandemia da Galunion Consultoria. O levantamento reforçou a importância da manutenção dos protocolos de higiene e segurança; bem como uma preferência por espaços abertos e ventilados. Leia mais aqui.


“As estratégias devem considerar a retomada em etapas e será necessário entender o mercado para criar ocasiões de acordo com os diferentes perfis, necessidades, canais e dias de consumo”, adiciona Renan.

O delivery seguirá forte nos próximos anos


Em 2020, o delivery se transformou na única alternativa para muitos negócios. Em 2021, foi a hora da consolidação do serviço, que afinou seus processos para uma operação eficiente.


Um estudo realizado pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL)/SPC Brasil, mostra a categoria no topo da lista entre as compras feitas pela internet, com 54,80% só no primeiro semestre de 2021. O serviço deverá angariar, ainda este ano, uma receita de US$3,8 bi somente no Brasil. Os dados são da Statista, empresa especializada em dados de mercado e consumidores.


De 2022 em diante, será necessário manter-se atento às novas tecnologias para atender às demandas do consumidor ultraconectado.

Entre as tendências de food delivery apontadas para os próximos anos, estão:

  1. Maior facilidade de compra em redes sociais, como Instagram e Facebook
  2. Integração com smartwatches e apps de carros;
  3. Análise de big data para controlar tempo de entrega com dados reais de tráfego, sugerir produtos de acordo com humor do consumidor e histórico de pedidos anteriores; entre outros;
  4. Uso de robôs e drones;
  5. Nichos cada vez mais específicos, como comida para cachorro;
  6. Negócios que usam sobras de supermercados e outros restaurantes para produção ou revenda de alimentos a baixo custo;
  7. Adoção de pagamento com criptomoedas;
  8. Restaurantes “virtuais”: negócios tradicionais, com capacidade ociosa em certos horários, que criam uma nova marca apenas para o delivery em marketplaces. Nesse caso, a cozinha original serve como uma dark kitchen para essa nova
    operação.